Luan Marçal

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Entendendo João 3:16


"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

Será que Deus amou o mundo nos diz que Deus ama a todos e não quer que ninguém entre todos os seres humanos se perca, mas que todos se salvem? Afinal, dizem alguns "Deus não faz acepção de pessoas"...

- Se Deus quer salvar a todos, porque não o faz? Jo 23:13 diz "E o que ele quiser, isso fará."

- Se Deus não faz acepção de pessoas no sentido de amar a todos, como alguns pretendem advogar, porque Paulo ensina sobre Eleição de um povo especial na mesmas cartas (Romanos, Efésios e Colossenses) que fala disto e explica que a escolha é feita sem requisitos humanos (acepção de pessoas) mas pelo seu querer, vontade e prazer?

- Porque a oração que Jesus faz "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem." não é complementada com as suas palavras no registadas Salmo 69 "Acrescenta iniquidade à iniquidade deles, e não encontrem eles absolvição na tua justiça. Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os justos."?

Mas como entender então João 3:16? Bem, tentemos procurar na Escritura a interpretação para a própria Escritura...

Jesus diz em Mateus 13 que os que entendem são bem aventurados e ainda que "A todo o que ouve a palavra do reino e não a entende, vem o Maligno e arrebata o que lhe foi semeado no coração" por isso, QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, QUE OUÇA!

Versos 36-43

"Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o o joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos. Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça."

#1) Se o campo é o mundo e Deus amou o mundo = Deus amou o campo!

#2) O campo = boa semente + joio = filhos do reino + filhos do maligno

#3) O resultado é: Joio colhido e queimado + justos resplandecendo com o Pai

Assim, poderemos ler que Deus amou o mundo (campo) que deu o Seu Filho (semeador) para salvar os que crêem (boa semente)! Glória seja dada a Deus, pois aqui fica evidente que Ele é o Autor e Consumador da nossa fé.

Será que existe algum semeador que não ama o campo? E será que ele diz que seu amor é pelo joio também? Claro que não, tal seria ridículo!

Autor: Nuno Pinheiro

3 comentários:

Anónimo disse...

Queridos Irmãos,

Apesar de claramente entender o enredo e concordar com as conclusões expostas nessa postagem, tenho que declarar que discordo do modo como tais conclusões foram obtidas. Acredito (e posso estar equivocado) que na exposição foi cometido a conhecida falácia de ambiguidade, isto é, a utilização do mesmo termo com sentidos diferentes. No caso em apreço, o termo ambiguo é a palavra mundo que, ao que me parece, não possui o mesmo campo semântico nos textos citado (João 3 e Mateus 13). Em sendo assim, o argumento está falho e não dá suporte para a conclusão, embora saibamos que ela está correta.
Numa oportunidade falaremos mais sobre isso.
Cordialmente,
Gerson.

Nuno Pinheiro disse...

Gérson,

Concordo com a observação acerca da palavra mundo, mas o paralelismo pode ser feito uma vez que a multidão em Mateus 13 é a mesma referida noutras partes dos Evangelhos onde diz que Jesus "tendo compaixão da multidão" se movia de amor. Aqui, faltou-me talvez explanar mais um pouco porque usei os dois textos aparente ligados por uma palavra (mundo) ao invés de estarem ligados por um sentido.

Também tentei e sei que não será a melhor das formas colocar quase que em fórmula um argumento, e também carece de força essa opção. Mas a idéia é mostrar que a palavra mundo em todo o Novo Testamento, nem uma só vez se refere a todos os homens, cabeça por cabeça...

E acerca dos outros textos relacionados, que achaste?

Obrigado pelo teu precioso detalhe.

Fraternalmente, NP

Anónimo disse...

Caro Nuno,

Entendi perfeitamente as suas colocações e, como bem percebeste, a questão aqui envolvida está nos usos e nos significados da palavra mundo. Com relação aos outros textos citados, estão, ao meu ver, dentro dos seus respectivos contextos e, portanto, são mais do que pertinentes. Sobre o argumento, o soligismo, como sabemos, é uma forma válida de argumentação, mas nem sempre a melhor. Contudo, nesse caso, depois da sua explicação dos textos ligados pelo sentido da palavra, ele é perfeitamente aceitável, e descreve muito bem a impossibilidade de mundo, no N.T., representar a soma de todos os indivíduos da raça humana.
Vai nessa tua força e espero ler ainda outros textos tão bons e claros como estes.
Cordialmente,
Gerson.

Enviar um comentário