Luan Marçal

sábado, 18 de outubro de 2008

Falso Evangelismo!

Eu acabo de ouvir uma pregação de um pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. O pastor ministrante (que deixou claro que tinha um quê de arminianismo) havia comentado o seguinte sobre o evangelismo que fez com uma equipe de jovens no Nordeste - sintam o desprezo:


"Oh! Os nossos irmãos (sic) baptistas quando querem recolher recursos para as obras missionárias, se unem como Convenção e recolhem 6 milhões. Nós presbiterianos(Reformados), quando nos unimos, só recolhemos 50.000! (...) tudo isso devido a uma predestinação mal-entendida (sic) !"

Entendo. Para esse pastor, os reformados são hiper-calvinistas mesquinhos e precisam de seus conselhos para aprenderem o que é evangelismo. Isso merece uma resposta.

Nós não apoiamos essas campanhas fajutas de evangelismo simplesmente porque não somos palermas! Nós somos reformados. E como tais, entendemos que o Evangelismo não é distribuir folhetos, ministrar palestras de higiene pessoal ou informática; entendemos como reformados que é absolutamente ridículo um trabalho "missionário" que inclua jovens leigos ou mulheres, haja vista que tais não podem falar oficialmente em nome da Igreja.

Cristo não disse: "distribuam folhetos que falem de Mim." E tampouco delegou a responsabilidade de evangelizar aos neófitos ou às mulheres. E, aliás, o que tais homens como esse pastor entendem por evangelizar? Será que Cristo disse que eles deveriam pregar o Evangelho por três dias num determinado lugar a cada ano e depois sumir? Isso é evangelismo?

Nós entendemos que Cristo mandou discipular pessoas de todas as nações. Discipular é formar pessoas. Discipular é, inclusive, certificar-se de que os catecúmenos se tornem aptos em apologética. Isso não se faz em três dias e tampouco possui relação com estratagemas ridículos de palestras de higiene pessoal!

Discipular não é falar do amor de Deus como se Ele fosse um hippie, tal como fazem os arminianos ou os calvinistas de mentira. Pregar o Evangelho não é só trazer o despertamento e fortalecimento aos eleitos; é trazer também a resistência e o endurecimento aos réprobos.

Quando uma igreja negligencia o fato incontestável de que Deus escolheu os eleitos e seus filhos como alvos de Sua atenção prioritária embora esses mesmos eleitos se encontrem em seus próprios templos, para levar o Evangelho de uma forma como Cristo não mandou tal como fez esse pastor e sua equipe, ela não está fazendo trabalho missionário coisa nenhuma! Ela tão somente está mandando alguns jovens passearem acompanhados de um pastor espertalhão, usando da boa fé e do dinheiro suado de membros que, imbuídos do mais ingênuo pietismo, contribuem para isso.

Um trabalho missionário sério é aquilo que as igrejas sempre fizeram: enviam um homem devidamente consagrado e douto nos costumes e idiomas locais, com família dele, e o sustentam com um salário justo. Esse homem haverá de lentamente construir uma pequena comunidade de cristãos no local com a esperança de que, com o passar dos anos ou séculos, frutifiquem os seus esforços. Um trabalho missionário sério implica em gerações de investimento paciente. Só que essas gerações são os eleitos que o missionário ganhou e os seus filhos. A Igreja, e nenhuma igreja pode jamais negligenciar este fato, é formada pelos eleitos e seus filhos.

Ao invés de nos preocuparmos de mandarmos jovens-sem-rumo fazerem trabalhos inúteis, liderados por pessoas igualmente nonsense, deveríamos ensinar os eleitos das doutrinas reformadas, lembrando-os constantemente da responsabilidade que eles têm de ensinarem suas próprias famílias. Ademais, se quisermos enviar alguém, que tal seja pastor casado e erudito.


Sola Scriptura"

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