Luan Marçal

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ciência e Religião

A religião não é boa, nem ruim, nem negativa ou positiva. A religião é um amontoado de nada "especulatório". Não passa de uma forma antiquada de "explicar" coisas que o homem não entende, utilizando "métodos" ultrapassados que nunca levam a coisa alguma”.

Resposta:

Estas palavras escritas são o lugar-comum, os chavões que os cientificistas do final do século XIX, usavam quando pensavam na religião. Faz parte daquele período de belle epoque em que o ser humano tinha plena confiança na ciência como sendo sinónimo de verdade segura e inexorável, desprezando tudo o que não fosse sustentado por ela, principalmente a religião.

Mas o tempo provou que o cientificíssimo estava redondamente enganado, sendo apenas mais um exemplo de extremismos que a cabeça humana é capaz de criar. A ciência não é a verdade absoluta, e, portanto, aquilo que não é ciência não merece ser desprezada pelo simples facto de não ser ciência.

O problema é que os leitores de Marx, principalmente os que decidem rapidamente se chamar de "comunistas" e outros istas, sem muita reflexão crítica continua interpretando esses discursos anacrónicos, já que Marx fez parte daquele período.

Posso te confessar que a maioria dos meus professores de ciências sociais, história, geografia, foi todos "istas", todos multiplicadores desses discursos. Quando chegaram professores dessas matérias que, contudo, não se intitulavam assim, o contraste foi enorme, e eu me livrei da fumaça cientificista que ainda domina facilmente muitas pessoas.

Mas o facto é que as outras manifestações da busca humana pelo conhecimento e pela iluminação NÃO DEVEM SER DEFINIDOS DE ACORDO COM SUA SEMELHANÇA OU NÃO COM A CIÊNCIA. Não devem porque a ciência, como já disse, é apenas outro modo de buscar esse conhecimento, e de buscar o que chamamos de verdade.

Diante disso, defendo que a religião seja considerada não como um modo ultrapassado de EXPLICAR O QUE CIÊNCIA SE DIGNOU A EXPLICAR. Pelo contrário, a religião e a mitologia se destinam a um campo da busca humana pelo conhecimento bem diferente da busca que a ciência faz. A essência da religião de modo algum é explicar o funcionamento e a estrutura do universo. Não é por isso que a religião existe. A religião existe para responder à existência de um senso interior do Transcendente, à intuição interior que os seres humanos universalmente manifestaram de que esta existência aqui é apenas uma derivação de uma existência, de um Ser, superior e transcendente a este plano nosso de existência.

A religião fala da criação, dos seres vivos, das estruturas físicas, da geografia, da história, e do mundo não para explicar seu funcionamento, mas para mostrar o Deus, o Tão, o Uno, o Transcendente que gera, sustenta, e é revelado por cada uma das partes do universo.

Quando os monges e os religiosos de todas as categorias afirmam que vêem Deus em cada folha no chão, em cada gota de água, e em cada sorriso, não estão dizendo que leram o livro de Behe e são partidários da teoria do design inteligente. Estão dizendo simplesmente que o universo e toda esta nossa existência são parte da imagem, e um pequeno espelho do Ser supremo, indescritível, inefável, e de beleza infinita que está por trás de todas as coisas.

Paulo usa uma expressão muito bonita: τὰ ἀόρατα αὐτοῦ καθορᾶται, um modo poético de dizer que a Divindade invisível e sem forma se torna vista pelas pessoas por meio da criação.

Por falar em poesia, é essencial na defesa da religião dizer que religião é poesia. Assim como ciência é denotatividade, linguagem objectiva, e sistematização de elementos separados e definidos por um significado específico, a religião é conotatividade, linguagem poética, e uma conjunção de elementos de múltiplos significados.

Assim como uma poesia de não deve ser lida para que se tenha qualquer descrição objectiva da realidade, não devemos procurar a dignidade da religião no seu grau de semelhança com a ciência. A riqueza de significado da poesia é infinitamente maior que a de um jornal. Poesia-religião e linguagem científica-jornalística servem diferentes propósitos. A linguagem da ciência nos permite ter grande eficiência prática neste mundo, atingindo uma verdade relativa que nos permite manipular (ou pelo menos tentar manipular) cada coisa neste universo, e prever seu comportamento.

A linguagem da religião permite que nós atribuamos (ou encontremos) o significado supremo, a glória, a beleza por trás de cada coisa, atingindo o que se chama de "significado da existência", "auto-realização", "epifania" e "felicidade".

Os grandes ateus foram quase todos um pouco religiosos na medida em que demonstraram real amor pelo que faziam. O amor de Darwin pelos seres vivos, o amor de Sagan pela física, todos os conhecedores do amor são de alguma forma conectados com o senso da beleza que está por trás de todas as coisas, e que não pode ser provada ou descrita em artigos científicos.
Entretanto, muito longe de ser uma ESTRUTURA DOGMÁTICA, a religião tem, repito, uma grande semelhança com a ciência na medida em que também é a expressão de um anseio pela verdade e pela luz do conhecimento.

Os próprios religiosos do Antigo Testamento, hoje estigmatizados como sendo praticantes áridos de preceitos e sacrifícios, são um excelente exemplo de que a religião autêntica é sempre uma busca poderosa pela verdade, válida até hoje por ser um caminho próprio, diferente do da ciência, e não necessariamente oposto ao dela. Vou dar um pequeno exemplo para defender essa minha afirmação.

No Antigo Testamento, existe uma expressão hebraica de que gosto muito, e que era usada como bênção entre os israelitas: "O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; o Senhor levante sobre ti o seu rosto, e te dê a paz". Perceba, aqui, que o significado agregado a Deus é reiteradamente o de luz, iluminação e fulgor. Deus é apresentado aqui como a fonte suprema da luz, da vida, da verdade e da beleza. Mas a palavra "rosto" tem um peso fantástico também, na medida em que denota uma EXPERIÊNCIA PESSOAL, tão pessoal quanto duas pessoas se encontrando e se vendo FACE A FACE. E destaco, por fim, a palavra "paz", apresentada como o resultante dessa experiência. ORA, o texto acima é uma descrição linda do que significa religião: é ter a experiência pessoal de encontrar a luz, a beleza, a vida verdadeira, o significado das coisas, transcendente, resultando num estado de paz, quietude, serenidade, "nirvana". Experiência no sentindo de viver, de crer…

Portanto, em vez de MEROS DOGMAS, uma EXPERIÊNCIA PESSOAL. É isso que todas as religiões, quando praticadas de modo autêntico, proclamam. O que se poderia dizer acerca do valor da Bíblia (junto com outros livros religiosos) para propiciar essa experiência transcendental ao ser humano poderia encher muitos livros. Decido apresentar apenas mais duas ideias.

A primeira delas se encontra em Isaías. O profeta, após encontrar o Senhor em sua glória luminosa (novamente o tema da beleza e da luz), rompe numa exclamação: "Ai de mim! Estou destruído!". A palavra hebraica para "destruído" expressa muito bem a sensação de auto-aniquilação trazida pela experiência com o Deus transcendente. Essa experiência, embora de encantamento e sublimidade, tem a ambiguidade de transmitir pequenez e aniquilação; diante daquele que é o Infinito Ser, nós nos esvaziamos de modo radical. Assim como qualquer número vira nada se comparado com o infinito, nós tem a nítida sensação de não-existência quando contemplamos a Deus na experiência religiosa.

É a partir disso que fazem sentido as expressões bíblicas de novo nascimento, e de morte, como a famosa expressão "já não sou eu que vive, mas Cristo vive em mim". O encontro com Deus nos faz, de certa forma, esquecer a nós mesmos, e colocar o centro de nossa existência em Deus. É nesse contexto que podemos entender as palavras de Cristo: "negar a si mesmo", e "amar mais a Deus do que a própria vida, amar mais a Deus que à mãe, pai, esposa ou filhos", de modo que estes amores mais parecem ódio em comparação com o amor a Deus (Lucas 14.25-26), bem como o ensino veterotestamentário de "amar a Deus com todo o coração, alma e força". O amor na Bíblia está vinculado intimamente com a experiência da Beleza divina, e o amor que devotamos ao próximo e a qualquer outra coisa no universo existe por causa da imagem divina existente neles. O desejo supremo do ser humano, segundo a Bíblia, deve ser "contemplar a beleza do Senhor todos os dias da vida" (Salmo 27.4).

Perceba, portanto, como a religião, diferentemente do significado pejorativo que veio a receber no século passado, em vez de dogmatismo, é experiência viva, abordando os temas que também são abordados pela epistemologia, pela ética e notadamente pela estética.

A segunda e última ideia que julgo oportuno explicar é a ideia judaico-cristã de "salvação". Longe de meramente significar "ser colocado no céu", salvação significa a restauração do relacionamento entre Criador e criatura, permitindo que sejamos gradualmente remodelados de acordo com sua imagem. É, portanto, um RELACIONAMENTO, uma religação. Isaías e todo ser humano que veja a Deus percebe que a nossa imagem divina está distorcida por nossa alienação e desconexão em relação a Ele. E isso nos faz buscar salvação.

Na medida em que se entende que ser salvo não é ser pego por um helicóptero de bombeiros, as pessoas podem entender por que precisam de salvação. É ineficiente pensar que dizer a alguém: "você está perdido e precisa ser salvo" é capaz de ter algum efeito se a pessoa não entender de facto que ser salvo é na verdade reatar sua mente com o Deus supremo. Só aí fazem sentido as expressões "deixar de ser cego e passar a ver", é "deixar de ser morto e passar a viver", "renascer", "ser iluminado", "atingir o nirvana".

Uma expressão bíblica notável para ilustrar o significado da salvação é "Hosana", aquela mesma expressão que muitos cantam nas missas sem ter a menor noção do que significa. "Hosana" é um termo que aparece em Salmo 118, um salmo messiânico, e que significa "Salve, Senhor". É um pedido de salvação dirigido a Deus. Séculos depois, "Hosana" passou a ter também o significado de "Salve!" no sentido de louvor, exaltação. Quando Cristo entrou em Jerusalém, foi aclamado por "Hosana". Essa dupla significação é a prática da religião. PELA EXPERIÊNCIA RELIGIOSA, somos levados a LOUVAR e adorar a Deus em sua beleza gloriosa. E, pela mesma experiência religiosa que revela nossa vazeis e desconexão em relação a esse Deus, somos levados a NOS APROXIMAR DELE para recebermos salvação e nos tornarmos COMO ELE. É isso que a prática religiosa faz. O homem quer se satisfazer, porém a grande maioria acaba se satisfazendo em uma falsa religião. Temos que ter cuidado com isso… Não podemos confinar em nossa consciência, como se diz João Calvino: Calvino: "A mente de um homem é como um depósito de idolatria e superstição; de modo que, se o homem confiar em sua própria mente, é certo que ele abandonará a Deus e inventará um ídolo, segundo sua própria razão". Muitos que negam a fé verdadeira, acaba indo em busca de falsa religião, veja o que C. H. Spurgeon diz: “Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice”.

Sola fide

Padre é preso nos EUA ao Protestar contra o Aborto



Sem comentários!

sábado, 20 de junho de 2009

Introdução ao Islamismo por James White (aúdio)


Ouvir palestra: Introdução ao Islamismo

Via: Editora Fiel


Soli Deo gloria

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Racismo e o Nacionalismo

Antes de começar a tratar de um assunto tão delicado, quero informar aos amigos leitores que considero muito bom o meu relacionamento com a raça negra. Pela vida a fora fiz grandes amizades com negras e negros, sendo alguns verdadeiros irmãos de coração. Alem da mais a verdade é que todos nos somos racistas, um racismo de Origem económica e social, em maior ou menor grau, internacional ou não, e independente de cor.

A nossa sociedade não conseguiu, ainda, superar em apenas cem anos, os tantos séculos de escravidão, em que os negros eram vistos como coisa, um bem material qualquer o nível mais baixo da condição social.

Nesta sociedade capitalista em que vivemos, o status, o poder, a condição económica, infelizmente, são os maiores indicadores de sucesso e felicidade. É natural que as pessoas queiram se afastar de uma imagem diferente da criada como modelo.

É o que esta acontecendo com nossos irmãos e companheiros negros e que estão passando por uma fase da historia humana ainda muito recente. Mesmo um século depois os negros ainda lutam para alcançar uma situação de igualdade económica com os brancos.

Mas a escravidão não foi restrita apenas aos negros. Na antiguidade povos eram escravizados independente de sua cor. Na idade média a servidão ainda supriu as necessidades de mão-de-obra, mas, com as grandes navegações, a exploração do Novo Mundo, e a implantação do mercantilismo e colonialismo predatório, fizeram com que a procura de trabalhadores forcados fosse enorme, surgindo o Continente Africano como fornecedores inesgotáveis dos elementos formadores da Escravidão Moderna.

Enganam-se aqueles que pensam combater o racismo somente com leis. Os máximos que conseguirão são racistas mais cautelosos, o nosso racismo deve ser combatido com projectos educacionais e de desenvolvimento social.

Ninguém deve ter vergonha da sua cor. Hoje em dia podem me chamar de “Moreno azedo” que não vou processar ninguém por discriminação racial. Apenas lembro que é falta de educação chamar as pessoas com palavras depreciativas.

Alerto também, para entidades e publicações criadas especificamente para enaltecer determinadas raças. Estas podem extrapolar os objectivos meramente culturais, apresentando uma acção revanchista, e certas publicações almejam apenas ambições económicas.

No nacionalismo o negro é elemento fundamental, foi assim no passado, e no presente e continuara sendo no futuro. Quem luta pelo lema: Deus, Pátria e Família, também luta contra a ignorância do racismo.

Todas raças, devem ter orgulho de seu passado guerreiro e de sua cultura. Os brancos de seus ancestrais navegadores, bandeirantes e missionários. Os negros devem ter orgulho de seu passado, Africano, dos Quilombos e de Zumbi. E todos devem ter, por fim, orgulho da sua raça e cultura.

Os portugueses devem ter orgulho da sua raça e cultura. São portugueses negros? Então orgulha-se da sua raça. São africanos? Então orgulha-se da sua raça mas não impõe em outro país. Cada um deve ter orgulho da sua raça e cultura, mas não impor em um país de outra cultura.

Viva o Nacionalismo!

Soli Deo gloria

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Por que as mulheres não falam e nem oram em público em nossa igreja?

Seria uma decisão radical e machista da nossa Igreja? Qual o fundamento bíblico para agirmos assim? Gostaríamos de iniciar essa série de estudo sobre esse importante assunto, desde o Velho Testamento.

A submissão da mulher compreende dois aspectos, primeiro o natural, conforme sua própria constituição física,“vaso mais fraco” (1Ped 3.7) cuja função estabelecida na estrutura familiar era, “auxiliadora idónea”(Gen 2.20), e “glória do seu marido” (1 Cor 11:7), mas com o advento do pecado, consequências drásticas foram impostas ao primeiro casal e à mulher lhe coube as dores do parto e um agravante na submissão: “E à mulher disse: multiplicarei grandemente a dor de tua concepção; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gen 3:16).

Isto não significa em absoluto direito de propriedade, nos moldes escravagista, como atribuem alguns ignorantes chauvinistas, mas sim uma liderança de amor e responsável por parte do marido. Contudo, este princípio de submissão, extrapola os limites do lar e é observado por toda a Escritura. Foi assim com Sara, elogiada pela sua submissão e piedade (1Ped 3:5,6), Rebeca, Raquel, todas se ativeram à sua condição, submissas à liderança espiritual de seus maridos patriarcas, cumprindo sua missão de mãe.

Alguns argumentam de modo contrário lembrando das mulheres que foram profetizas no Velho Testamento e especificamente citam o caso de Débora que julgou Israel no tempo dos juízes. Quanto às profetizas, o ofício não exigia o exercício de autoridade, mas apenas entrega, com fidelidade daquilo que o Senhor dizia por seu intermédio, não era ensino autoritativo, nem interpretativo. Quanto ao caso de Débora, é claro que se tratou do juízo de Deus ao Seu povo num momento de confusão e clara desobediência.”Naqueles dias não havia rei em Israel; e cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos” (Juiz 21:25). Débora convocou a Baraque para liderar as milícias do Senhor, este recusou ir só e exigiu a companhia de Débora, que o advertiu: ”certamente irei contigo; porém não será tua a honra desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor vencerá Sísera” (Juiz 4:9), e de fato coube à Jael a glória da morte do general inimigo. Mas ao final, no seu cântico de vitória, Débora conclama os homens, juízes, líderes naturais das tribos de Israel a reassumirem seus cargos de honra na condução do povo de Deus. É interessante notar que o livro de Juízes, relata a história de um rei que pediu ao seu escudeiro que o matasse a espada, porque havia sido ferido mortalmente na cabeça por uma pedra lançada por uma mulher (Juiz 9:53,54). Tudo isso para mostrar, que era juízo de Deus a liderança de mulheres, ou ser derrotado por elas. No livro do profeta Isaias, este opróbrio é confirmado: “Quanto ao meu povo, crianças são os seus opressores e mulheres dominam sobre eles, Ah! Povo meu!, os que te guiam te enganam e destroem o caminho das tuas veredas” (Isa. 3:12).

Não é propósito de Deus, portanto, que as mulheres exerçam autoridade de homem. Nem estejam à frente no governo quer dos negócios do mundo ou da Igreja. Orar em público, liderar, governar, ensinar homens, são exercícios de autoridade reservados aos homens. O princípio de submissão que lhe coube por causa do pecado se estende a todos os lugares, inclusive na Igreja. Sobre elas pesa a sentença do Gênesis: “Teu desejo será para o teu marido e ele te governará…”

Tendo visto o que o Velho Testamento ensina a respeito do lugar próprio da mulher nos propósitos de Deus e como é vedado a elas o exercício da autoridade de homem, passamos agora às considerações do assunto no Novo Testamento.

Na primeira carta à Timóteo, no capítulo 2, o apóstolo estabelece como deve ser o procedimento no culto público de Deus dizendo o seguinte:

“Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas como convém às mulheres que fazem profissão de servir a Deus com boas obras. A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão; salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na santificação.” (I Tim. 2:8-15)

O texto fala por si mesmo, mas algumas pessoas o interpretam usando o argumento cultural: “Paulo diz isso por causa da cultura do seu tempo! Naquela época as mulheres não falavam em público mesmo!” - dizem; contudo, esse tipo de interpretação violenta o texto, porque o próprio apóstolo deixa claro a razão de sua proibição veemente, e esta não é cultural mas teológica! “Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão!” Portando, não é uma questão cultural, mas espiritual.

Na primeira carta do apóstolo aos Coríntios, corrigindo a grande confusão que aquela igreja agia com relação ao culto, no capítulo 11 ele estranha que mulheres se manifestassem no culto para orar em línguas e profetizar sem o uso do véu.

Devemos nos lembrar que profetizar, como faziam também algumas mulheres no V.T., não era um exercício de autoridade, elas não interpretavam nem ensinavam, mas apenas repetiam a palavras inspiradas. Mesmo assim seria um absurdo fazê-lo sem ter sobre si o sinal de submissão, o véu; mas hoje, não temos mais o exercício desses dons de revelação e as mulheres não necessitam mais usar véu, uma vez que não irão mesmo falar em público. Por isso, na mesma carta, no capítulo 14, logo a seguir, tratando do mesmo assunto, ordem no culto, nos versos 34 e 35 ele diz: “As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja” A razão também nos é revelada, e não é cultural, mas sim espiritual “como também ordena a Lei”, isto é, o Velho Testamento, certamente se referindo ao livro do Gênesis.

E qual seria então as atividades das mulheres na Igreja?

Bem, primeiro, elas devem cantar, participando assim do canto congregacional. Ensinar crianças, como mães, e outras mulheres, como diz o texto:

“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos, a serem moderadas, castas, operosas donas de casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada. mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos, a serem moderadas, castas, operosas donas de casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada.” (Tit 2:3-5)

Além disso, há muito trabalho indispensável na Igreja, que estas santas mulheres podem fazer servindo a Deus. O Senhor Jesus foi servido por elas, de modo a não lhe deixar faltar nada: “Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé; as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.” (Mar 15:40-41)

O apóstolo Paulo, em sua saudação final na carta ao Romanos, faz menção de uma tal “Febe”, que alguns pensam ser uma diaconisa da Igreja de Cencréia (ou Corinto), porque ele usa a palavra “serva” que no grego é “diaconon”. No entanto, não há porque concluir isso, uma vez que não há qualquer outro texto para confirmar essa interpretação e o que Paulo está dizendo é tão somente que esta irmã atuava de forma extraordinária na Igreja inclusive lhe sendo muito útil e portanto deveria ser recebida pela Igreja de Roma com deferência:“Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que é serva da igreja que está em Cencréia; para que a recebais no Senhor, de um modo digno dos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque ela tem sido o amparo de muitos, e de mim em particular.” (Rom 16:1-2)

As irmãs, devem participar das reuniões de oração da Igreja, onde homens estão presentes, fazendo seus pedidos e acompanhando as orações em silêncio.

O ato de orar em público, é um exercício de autoridade, porque aquele que ora, está elevando toda congregação, até o trono de Deus e intercedendo pela Igreja. Por isso o apóstolo diz: “Quero que os varões orem…”. Isto não impede, que as mulheres tenham suas próprias reuniões de oração e se reúnam, sob a supervisão do Conselho, para interceder pela Igreja, pelos seus maridos, filhos, etc.

Concluo lembrando que as mulheres sempre foram muito ativas e de grande importância na vida da Igreja ao longo de sua história. Sempre agiram, santa e piedosamente, nos bastidores, para prover tudo que fosse necessário, sem reivindicar direito de ofício. Não há na Bíblia qualquer indício de ter havido Apóstola, Bispa, Pastora, Presbítera ou Diaconisa, no entanto, todos nós sabemos que a Igreja não chegaria aonde chegou sem a atuação delas. Deus as têm usado e ainda as usará, dentro dos limites que Ele mesmo ordenou e instituiu na Sua Palavra. Qualquer coisa que passar disso é invenção dos homens, influenciados pela psicologia moderna e pelo feminismo.

Rev. Josafá Vasconcelos

Fonte:

http://www.iphr.org.br/2008/09/por-que-as-mulheres-nao-falam-e-nem-oram-em-publico-em-nossa-igreja/

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O dever do cidadão

Infelizmente o individualismo tomou conta da sociedade. As vaidades, assim como o egoísmo filtram todo o interesse colectivo do indivíduo. O acto de cidadania foi abandonado. O afecto ao próximo, o amor à Pátria, o respeito à família, o culto a Deus. Os prazeres mundanos destroem a mente da juventude, a tirando do caminho da virtude, e do bem Nacional. A mídia cosmopolita é a grande responsável por distribuir e lançar imoralidades que propagam o individualismo egoísta, fazendo com que o homem orgulhe-se ao rir da virtude.

A Nação Portuguesa deve ser unida, união entre classes e entre raças com nacionalidade portuguesa. Unidas para Deus e para os bens colectivos da Pátria, e isso é praticar cidadania. Prosperar o amor entre os semelhantes, os filhos de Deus, actuar como soldado da Pátria, lutando pela união e pelos interesses nacionais. Cidadania não implica apenas em ter uma participação social, mas acima disso ter uma participação nacional. Ter consciência do nosso povo, de nossas raízes, dos nossos Heróis, e da trama da história Portuguesa.

Jesus Cristo nos ensinou que, no caminho da vida, devemos ter um objectivo grande e central: Seguir o caminho da virtude. Isso implica em eliminar vícios, praticar na terra os actos que enaltecem a grandiosidade da alma humana, isso é ser livre. O homem por si, por natureza e instinto é um ser pecador, e é por isso que nosso objectivo é aperfeiçoar as virtudes e lutar pelo certo.

O jovem Portugueses, não deve se deixar enganar pela magia da falácia esquerdista, que prega um mundo e uma sociedade utópica, e que acima de tudo cria o ódio entre irmãos de mesmo sangue e da mesma terra. Não deve também se deixar iludir pela barbárie egoísta do liberalismo, que só tende a sugar nosso povo, nosso dinheiro, a nossa tradição. Nosso objectivo é, quando se fala em Pátria, não pensarmos como um indivíduo e passar a pensar como um todo, um colectivo integral, cidadãos unidos pelo mesmo ideal. Deixando muitas vezes os prazeres de lado, para garantir a soberania de nossa terra, Portugal acima de tudo.

Quero que, ao decorrer de nossa luta, nunca deixemos de focalizar qual o nosso verdadeiro objectivo, e pelo que estamos lutando, que a nossa honra e a nossa dignidade esteja acima de tudo, e que a soberania portuguesa seja eternamente a razão de nossa luta. Deixo aqui, um pequeno pensamento, de um humilde irmão defensor da pátria portuguesa.

Viva o Nacionalismo
Viva o Integralismo
Viva Portugal!

Soli Deo gloria

terça-feira, 2 de junho de 2009

Determinismo

Tem como ser Calvinista e não ser determinista?

Meu Professor de seminário me disse que não podemos adoptar o determinismo, pois isto não é doutrina bíblica. Então perguntei a ele se acontece alguma coisa que Deus não permita, ou que já houvesse sido previamente determinado. E ele ficou quieto.

Porque vejo que algumas pessoas, por mais que se dizem Calvinistas e crêem nos decretos eternos de Deus, terem esta tendência de achar que existe alguma coisa que Deus não tenha determinado ainda?

De.ter.mi.nis.mo (determinar+ismo) Filos Teoria segundo a qual todos os factos são considerados como consequências necessárias de condições antecedentes. D. cultural: teoria pela qual a conduta individual é modelada pelo tipo de sociedade em que vive. D. Psíquico: teoria que afirma que o curso do pensamento e da decisão voluntária é condicionado por certos princípios gerais.

O calvinismo diz que o homem é depravado de tal forma que sua vontade é conduzida por sua natureza pecaminosa. Diz que quando Deus quer salvar o homem Deus o vivifica inclinando sua vontade à Dele. O calvinismo expressa a realidade, e a realidade é que a vontade do homem nunca é livre.

Se por determinismo querem dizer que todas as coisas foram determinadas, ele seria também a realidade de acordo com o Calvinismo. Deus pré-determinou todas as coisas, cada uma delas escrita e determinada quando nenhuma delas havia ainda (Sl. 139.16).

Negar o determinismo é ser arminiano! Contudo, como sempre, devemos definir o que é determinismo. Muitos crêem num determinismo não bíblico, como alguns pagãos, que acham que os factos estão determinados por alguma força da natureza, por alguma maldição da vida passada, etc. Para mim, determinismo bíblico é sinónimo de predestinação...

Infelizmente os ensinos de Calvino são verdadeiramente difundidos. O Calvinismo vai muito além dos cinco pontos, e na realidade afecta toda uma cosmovisão reformada. Minha proposta é reflectirmos sobre até que ponto somos calvinistas de facto. Por exemplo, muitos podem não saber, mas Calvino ensinou que o determinismo é um conjunto de ensinamentos que mostra que Deus está no controle soberano do mundo, realizando sua vontade em e sobre todas suas criaturas.

Seria equivalente dizer que Deus decreta todas as acções e omissões humanas e angelicais, move activamente o coração do homem para realizá-lo e mantém activamente o pecado, administrando-o para sua glória.

Reprovação Activa

Deus em sua Soberania decidiu antes da fundação do mundo os seus eleitos e seus rejeitados, amando os primeiros e odiando os próximos, fazendo menção de que tudo isso seria à parte de obras, ou seja, Deus não escolheu homens de uma massa caída, mas escolheu-os e amou-os antes disso, mas fez com que todos sofressem a acção do pecado.

Além do mais, Deus opera no réprobo o endurecimento, agindo activamente para que ele não se converta, pois isso é para Sua glória.

Deus autor do pecado?

Dizer que Deus predetermina todas as coisas, incluindo o pecado do homens, fá-lo o autor do pecado? Não! Pecado é a desobediência a Deus, e Deus obedece a si mesmo quando predetermina até o pecado dos homens. Deus 'faz todas as coisas segundo o eterno conselho da sua vontade' (Efésios 1:11). Predeterminou a maldade dos irmãos de José para o bem de José; e o pecado destes foi o meio para a bênção que salvaria José.

Deus não é autor do pecado, no sentido efectivo, ou seja, Deus não pode praticar um mal moral... visto que Ele mesmo é santo, e de quem deriva-se todo o conceito de bem ou mal... para que Deus pudesse ser autor de qualquer espécie de "pecado" ou mal moral, deveria existir alguém ou algo superior a Ele, que lhe servisse de ponto de referência moral e ética... Nada nem ninguém está acima de Deus.

Portanto, este tipo de discussão parece mais aquelas pegadinhas escolásticas medievais, em que perguntavam quantas legiões de anjos cabiam na cabeça de um alfinete ou se Deus poderia fazer uma pedrão tão grande que ele não pudesse carregar, ou se ele seria capaz de fazer um círculo quadrado.... Isso são irracionalidades! Fora de cogitação!

Deus não necessita de defensores. Ele não precisa de nada para justificar os Seus actos soberanos neste mundo. Ele é o Criador, o Formador e o Moldador. É o Todo-Poderoso. Por ser todo-poderoso, Deus detém controle absoluto de tudo o que criou. Nada do que Ele faz pode ser injusto — todos os seus actos são rectos. NÃO existe lei capaz de considerá-lo injusto, por ser Ele o legislador.

Ele declarou o fim desde o princípio, e tem realizado, realizou e continuará a realizar toda a sua vontade” (Is 46.10).

Tudo o que acontece neste mundo ocorre apenas porque assim o decretou o Senhor, de acordo com seu beneplácito. Quem reverencia o direito soberano do Senhor, e sua capacidade, de reger toda a criação como lhe apraz não vê necessidade de defender esta proposição. Todavia, existem alguns que afirmam se regozijar na soberania divina absoluta e, no entanto, sentem a necessidade de defendê-lo e justificá-lo perante o mundo.

Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas” (CFW 3,1).

Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” Daniel 4.35

Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra ? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Rm 9.21-24 )

Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel” (Actos 4.26-27).

"Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles" (Salmo 139.16).

E sucedia que, quando o espírito mau DA PARTE de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele” (1º Samuel 16.23).

E se o profeta FOR ENGANADO, e falar alguma coisa, EU, O SENHOR, TEREI ENGANADO esse profeta; e estenderei a minha mão contra ele, e destruí-lo-ei do meio do meu povo Israel” (Ezequiel 14.9).

E A IRA do Senhor se tornou a acender contra Israel; e INCITOU a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá” (2º Samuel 24.1).

Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Verdadeiramente ENGANASTE grandemente a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; pois a espada penetra-lhe até à alma”. (Jeremias 4.10)

“E por isso Deus lhes enviará a OPERAÇÃO DO ERRO, para que creiam a mentira” (2ª Tessalonicenses 2.11).

Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito de MENTIRA na boca de todos estes teus profetas, e o Senhor falou o mal contra ti” (1º Reis 22.23).

Soli Deo gloria